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O novo papel do profissional

A estimativa é que, nos países ricos, 25% de todas as funções na indústria devam ser substituídas por tecnologias de automação até 2025.    Na Alemanha, país que lidera as transformações da chamada Indústria 4.0, essa mudança no perfil das ocupações, provocada pela digitalização, já está ocorrendo.    E resultou na criação de 1,46 milhões de empregos apenas em 2012, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Prognos para a Bitkom, associação de alta tecnologia que representa mais de 2 mil empresas na economia digital naquele país.    As velhas funções repetitivas e automáticas saem de cena aos poucos e dão espaço a novos cargos, cada vez mais estratégicos.

 

Profissional 4.0

A tendência é que deverão ser altamente qualificados os profissionais procurados pelas empresas que usam tecnologia digital para reorganizar as relações de trabalho, tomadas de decisões, fluxo de informações e outros aspectos gerenciais e organizacionais.       Além disso, precisam saber trabalhar em equipes interdisciplinares e compartilhar suas idéias e seus conhecimentos com o objetivo de promover inovação.       “Essa transformação afetará a maioria dos profissionais, não apenas aqueles que atuam diretamente na área de tecnologia”, escreveram os professores de tecnologia da informação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee no livro A Segunda Era das Máquinas.

 

No relatório Future Work Skills in 2020 (habilidades para o trabalho em 2020, em tradução livre), o Instituto do Futuro, organização não governamental que estuda tendências em inovação, listou as características que serão indispensáveis aos profissionais da era da digitalização:

 

Senso-crítico: com computadores e robôs assumindo os trabalhos mecânicos, haverá mais demanda por profissionais capazes de ter idéias inovadoras, tomar decisões e avaliar riscos.

 

Utilização de novas mídias: o profissional da era digital deve estar conectado com as recentes formas de comunicação. E usa essas ferramentas para produzir e compartilhar informação.

 

Inteligência social: em ambientes digitalizados, trabalhar em equipe e relacionar-se bem com funcionários de áreas e hierarquias diferentes serão características cada vez mais valorizadas.

 

Flexibilidade: a capacidade de se adaptar a situações diferentes é essencial em ambientes de trabalho em constante processo de mudança.

 

Capacidade de abstração: na era da Big Data, compreender e traduzir conceitos e dados será um diferencial valorizado pelas empresas.

 

Competência cross-cultural: o profissional do futuro deve se relacionar e trabalhar com pessoas de diferentes países e culturas de maneira eficiente.

 

Interdisciplinaridade: à medida que as equipes se tornam multidisciplinares e globais, essa competência será cada vez mais valorizada. Um engenheiro que desenvolve peças de automóveis, por exemplo, poderá pensar em adaptações no design que levem à redução do tempo ou custo de fabricação.

 

Colaboração a distância: não basta ser capaz de trabalhar com equipes multidisciplinares e multiculturais.    É preciso conseguir criar conexões, tanto presencial quanto virtualmente, sem perder o foco nos resultados.

 

Priorização: com um número de informações sempre maior e disponível a qualquer hora e em qualquer lugar, terão destaque os profissionais que forem capazes de filtrar, reter e aproveitar apenas o que é importante.

 

(fonte: Estadão - projetos especiais)